Boa tarde, meu nome é Angélica Costa Malheiros e tenho 18 anos. Estou no Coral Infanto Juvenil São João Batista desde o primeiro dia de criação. Eu tinha sete anos de idade e lembro-me de que a secretária da Igreja Matriz ligou para minha casa, me convidando para o primeiro ensaio, porque, até então, eu era a única criança da casa. Minha reação, como de costume, foi de me envergonhar, mas no fundo fiquei animada porque os ensaios começavam no mesmo dia do meu aniversário, três de abril do ano de 2004.
Era um dia chuvoso, não me recordo quais eram as primeiras meninas, mas sei que eram em torno de 6. Então, no salão de eventos da Matriz, começou um projeto que ninguém imaginaria ser tão promissor. Lembro-me da primeira vez que cantei no microfone. Foi uma sensação esquisita porque eu não conhecia muito bem a minha voz, e, como estava cantando baixinho, uma menina veio do meu lado e disse “Tua garganta é igual uma caixinha, você precisa abrir”. E então estou até hoje tentando abrir essa caixinha que é minha voz.
Os anos foram se passando, e eu fui crescendo. Novas meninas chegavam e muitas saiam. Posso dizer, com toda a certeza, que o coral faz parte de mim. Sempre fui bastante tímida, mas com os ensaios, as apresentações, e a profe Marielli insistindo que eu cantasse ao microfone, fui perdendo a vergonha e conseguindo me desenvolver, aprender a me comunicar. E é claro que aprendi a cantar, pois foi com os ensaios que fui afinando e conhecendo meus limites e minhas qualidades. Fico muito contente em conseguir cantar o soprano um agora.
Quero então, agradecer à professora Marielli Costa Beber, a oportunidade que ela me proporcionou, por ela ter criado este coral e por nunca ter desistido dele.
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